Percentual refere-se à área cultivada por associados de 21 cooperativas localizadas em regiões de alta produção de grãos no Rio Grande do Sul.

As chuvas ocorridas nesta semana no Rio Grande do Sul amenizam, mas não revertem mais os danos à safra de milho 2021/2022. Na quarta-feira, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS) divulgou um levantamento feito pela Rede Técnica Cooperativa (RTC) neste início do ano que aponta perda de 59,2% nas lavouras de milho sequeiro e de 13,5% nas de milho irrigado. Em relação a dezembro de 2021, o prejuízo cresceu 3,8 pontos percentuais no milho sequeiro e 1,5 ponto percentual no milho irrigado. Já na soja, a projeção de quebra é de 24%, mesmo que ainda falte semear 7% da área destinada à cultura nas regiões de abrangência das 21 cooperativas pesquisadas, todas originadoras de grãos, a maioria localizada no Noroeste do Estado.

O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, lamenta que o ano de 2022 esteja começando de forma melancólica para o produtor de milho, que estaria num momento de capitalização com preços da saca do grão por volta dos R$ 92,00. Pires adianta que as entidades do setor agropecuário estão mobilizadas para demandar dos governos federal e estadual ações de socorro ao produtor. O dirigente alerta, porém, que é muito importante os municípios decretarem situação de emergência para que os produtores possam acessar a ajuda. Em 2020, ressalta, agricultores de 200 municípios não obtiveram auxílio por não haver decreto de emergência para a área das suas propriedades.

Paulo Pires defende como fundamentais a transferência das dívidas dos produtores, em especial as que vencem até junho deste ano, e políticas específicas para assegurar a armazenagem de água. “Durante o ano, nós temos um volume de chuva muito alto no Grande do Sul. Se conseguirmos as licenças que hoje não permitem que a gente faça esta armazenagem em Áreas de Preservação Permanente (APPs), teremos uma grande área irrigada”, avalia.

É o terceiro ano consecutivo que o milho plantado no Rio Grande do Sul enfrenta perdas causadas pela seca. Nas safras 2019/2020 e 2020/2021, os índices de quebra ficaram em 30% porque a falta de chuvas o

Fonte: Correio do Povo / Nereida Vergara