Federarroz acredita em estabilidade da área plantada e possível queda na produtividade, já Irga promete estimativa de área em breve.

Em meio ao clima chuvoso, o plantio do arroz teve início nos últimos dias na Fronteira-Oeste do Rio Grande do Sul. Em outras regiões do Estado, os produtores têm se dedicado a preparar o solo e limpar os canais. A maior preocupação para a safra 2021/2022 é o aumento nos custos de produção, que pode chegar a até 35%, segundo entidade do setor.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) aposta na estabilidade da área plantada, que na safra 2020/2021 foi de 946 mil hectares. O presidente da entidade, Alexandre Velho, acredita que a produtividade pode apresentar queda, já que a previsão de chuvas para os próximos dias ameaça atrasar o plantio. Soma-se a isso o fato de que, na última safra, o desempenho por hectare ficou próximo de 9 mil quilos, número considerado “fora da curva”.

Mas a grande preocupação do setor arrozeiro para o ciclo que se inicia é o aumento dos custos de produção. Dependendo do perfil do produtor, a elevação pode variar entre 10% e 35%, adianta Velho. O dirigente explica que o agricultor que adquiriu os seus insumos no mês de maio obteve preços melhores. Já aqueles que estão comprando agora, e que representam cerca de 40% dos produtores, terão outro impacto no custo. A diferença no preço dos produtos varia mais de 20% conforme a época do ano em que eles foram adquiridos. “Os produtos dolarizados, como o fertilizante e o agroquímico, subiram seus preços em dólar e isso se deve à demanda da soja”, relata Velho, referindo-se ao momento aquecido na produção da oleaginosa.

Quanto ao preço do grão, hoje na faixa dos R$ 70,00 a saca, Velho acredita que, com a taxa de câmbio atual, será possível exportar arroz por valores em torno de R$ 73,00. A orientação ao produtor é para intensificar o sistema de produção e a rotação com a soja. 

Segundo a diretora técnica do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Flávia Tomita, as chuvas dos últimos dias trouxeram maior tranquilidade ao setor arrozeiro, uma vez que a possibilidade de déficit hídrico “estava deixando o produtor em estado de atenção”. Ela acredita que não deverá haver atraso no plantio, uma vez que a maior parte das lavouras são implantadas no mês de outubro. O Irga deve divulgar nos próximos dias uma estimativa de área plantada.

Fonte: Correio do Povo / Danton Júnior