Precipitações registradas nos últimos dias ajudam a a estabilizar o ciclo, mas tiveram distribuição irregular.

Mais do que bem-vindas, as precipitações registradas no Estado eram necessárias para reidratar a safra de verão – ou pelo menos para estancar perdas. Parte das lavouras de soja, principal cultura da estação, vinha, literalmente, pedindo água – apresentava sinais de estresse hídrico, com perda do potencial produtivo. 

A chuva dos últimos dias “não foi absoluta”, observa o assistente técnico estadual da Emater, Alencar Rugeri. Ou seja, irregular. Da mesma forma, as plantações tinham condições diferentes de desenvolvimento.

– No geral, no Norte e Nordeste foi onde choveu melhor. A umidade veio trazer um pouco mais de alento. Mas na Campanha precisa de mais – observa o meteorologista Flávio Varone, coordenador do  Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS) da Secretaria Estadual da Agricultura.

Presidente da Associação dos Produtores de Soja do RS (Aprosoja-RS), Ireneu Orth avalia que as precipitações dos últimos dias dão condições para que um bom percentual de lavouras fique com condições de safra normal. O dirigente pondera, no entanto, que precisa seguir chovendo:

– A chuva vai estabilizar, mas não elimina os prejuízos nos locais que ficaram mais de 20 dias sem (precipitações).

As perdas são em relação à expectativa de produtividade que havia no início da safra. 

A projeção inicial de safra da Emater era de uma produção de soja no RS de 22,42 milhões de toneladas. Para o presidente da Aprosoja-RS, um volume que não deve mais ser alcançado. 

– Foi um ciclo difícil. Houve dificuldades na implantação pelo excesso de chuva, que atrasou o plantio. Agora, neste período, a condição adversa foi de falta de chuva combinada com temperatura elevada – pontua Rugeri. 

O coordenador do Simagro observa que o final do mês está marcando mais chuva. O panorama traz uma perspectiva fundamental à cultura, duramente afetada pela estiagem nas duas últimas safras de verão no Estado – e que tem pela frente etapa crucial do desenvolvimento, em que a umidade não pode faltar.

Fonte: GZH / Gisele Loeblein